A Ano do Jubileu
“O jubileu será para vós coisa santa...”
Lv 25, 12

No dia 08 de Dezembro de 2015, Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, o Papa Francisco deu início ao “Ano Santo da Misericórdia”, o 29° Ano Jubilar da Igreja. Mas o que isso significa? Na verdade, o que é um “Ano Jubilar”? Qual a sua origem? Qual a importância deste Ano em nossa vivência cristã?

O Ano Jubilar tem origem bíblica conforme expõe o trecho de Levítico: “Declarareis santo o quinquagésimo ano e proclamareis a libertação de todos os moradores da terra. Será para vós um jubileu: cada um de vós retornará a seu patrimônio, e cada um de vós voltará ao seu clã (...)” (Lv 25, 10). Sendo assim, era prescrito que a cada 50 anos (para que não fosse oneroso) os escravos fossem libertados, os homens parassem de trabalhar e as terras adquiridas fossem devolvidas aos proprietários de origem. O Jubileu era, portanto, um ano favorável ao recomeço, cujas medidas visavam também o bem familiar. O povo era chamado a voltar-se para o Senhor pondo em prática aquilo que Ele estabeleceu.

Em 1300 o Papa Bonifácio VIII vendo a necessidade dos fiéis católicos e também reconhecendo a decadência moral enfrentada pela população da época, adotou a prática do Ano Jubilar na vida da Igreja como uma oportunidade conversão. Os cristãos então eram chamados ao arrependimento, a absolvição de suas faltas, a conversão e penitência oferecendo um sentindo espiritual ao Jubileu. Estabeleceu-se então que o Ano Jubilar seria celebrado a cada século. Porém no ano de 1475 o  período entre os Anos Santos Ordinários foi reduzido para 25 anos, permitindo que cada geração tirasse fruto desta belíssima oportunidade de conversão.

O Jubileu, como foi dito acima, pode ser celebrado ordinariamente, ou seja, no período ordinário de 25 anos ou extraordinariamente, quando o Papa reconhece a necessidade de proclamar um tempo favorável a graça de Deus ressaltando algum tema em especial. O Papa Francisco, em sua sabedoria, proclamou um Ano Santo Extraordinário da Misericórdia a fim de que sejamos “Misericordiosos como o Pai” (Lc 6,36). Ouçamos o chamado do Santo Padre a olhar o próximo com Misericórdia e clamar a Misericórdia divina pelas nossas mazelas neste Jubileu.

Referências Bibliográficas:

• “História da Igreja” – D. Estêvão Bettencourt
• “Bíblia Jerusalém”
• “Aleteia.com”